Há já muitos anos que prezo e cultivo a capacidade de tudo aceitar desde que compreenda. Independentemente de gostar ou não do facto, desde que o compreenda, aceito-o.
Esta capacidade não tem feito, per si, de mim uma pessoa mais feliz. Também não tem contribuido para fazer de mim uma pessoa mais triste. Apenas tem contribuido para que seja uma pessoa mais persistente na busca da razão, ou das razões. Como que uma idade dos porquês permanente. Sim, para mim as razões importam mais que os factos em si. As razões e a sua compreensibilidade, pois nem todas as razões são dotadas de compreensibilidade. De forma simples, as razões sem compreensibilidade normalmente são aquelas que comumente designamos como "as nossas razões" e que também normalmente só os próprios são capazes de compreender, sem sequer tentar dar-lhes compreensibilidade para terceiros. E essas não são portanto verdadeiras razões, pois a falta de compreensibilidade para terceiros transforma-as em meras desculpas ou escusas, não entendíveis à luz da razão comum e logo não aceitáveis.
Não quero com isto dizer, que por vezes, por força de sentimentos e fortes afectos, não me esforce por entender as razões incompreensíveis dos que amo ou respeito. Claro que sim, acho até que todos o fazemos, quase sempre sem sucesso, mas quase sempre aceitando-as mesmo assim. E é talvez esse aceitar sem compreender, que pode fazer uma pessoa mais feliz ou muito mais triste. É o risco da acção sem razão que normalmente quem ama aceita, mesmo sem encontrar racionalidade nessa aceitação. Troca-se a razão pela vontade. Tenho tanta vontade de aceitar que abdico de encontrar razões para isso.
Mas não se vivem da mesma forma os factos aceites sobre razões compreensíveis daqueles que aceitamos por vontade de aceitar. Os primeiros normalmente depois de aceites raramente são questionados, os segundos estão sempre sob escrutínio. Da razão e da vontade. E se é verdade que a vontade faz perder a razão, embora mais raramente, a razão também faz perder a vontade.
Mas como nada se alcança sem esforço, nada se alcança sem a sua dose de risco, aceito a tristeza do momento, pela vontade que tenho de ser feliz. Com ou sem razão.
E aqui fico, aqui persisto. à luz da Lua.
terça-feira, 8 de novembro de 2011
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Narciso aprende lição
Cada vez mais descubro que ainda não perdi a capacidade de aprender. Aliás, descubro o quanto tenho aprendido sobre o mais complicado dos temas, eu.
Pensava que sabia o que era sentir, e realmente sei. Pensava saber o que era sentir a falta, e redescobri que também sei. Desconhecia o que era sentir não fazer falta, agora sei.
A velha máxima afinal mostra-se-me no seu sentido práctico. "Vivendo e aprendendo". E eu aplico os conhecimentos adquiridos, usando a Lei de Lavoisier (conhecimento adquirido há uns tempos atrás). E se nada se perde e tudo se transforma, vou aprender até morrer. Afinal, ninguém é perfeito. Nem sequer eu.
E assim aprendendo, vou ficando à luz da Lua.
Pensava que sabia o que era sentir, e realmente sei. Pensava saber o que era sentir a falta, e redescobri que também sei. Desconhecia o que era sentir não fazer falta, agora sei.
A velha máxima afinal mostra-se-me no seu sentido práctico. "Vivendo e aprendendo". E eu aplico os conhecimentos adquiridos, usando a Lei de Lavoisier (conhecimento adquirido há uns tempos atrás). E se nada se perde e tudo se transforma, vou aprender até morrer. Afinal, ninguém é perfeito. Nem sequer eu.
E assim aprendendo, vou ficando à luz da Lua.