Começo as semanas às Sextas-Feiras. Envio mensagens depois de telefonar. Anseio por respostas mesmo quando já as conheço. Tomo o pequeno almoço antes de me deitar. Agora vou tentar dormir antes de acordar. Mas não resisto a dar-te já um beijo de bons dias, Amor.
Bom dia dos fatos! E fiquem bem, à luz da Lua.
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
domingo, 23 de novembro de 2008
A neve e a lareira
"Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.
É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...
Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.
Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!
Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...
Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança...
E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...
Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!...
E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração. "
(Augusto Gil)
Hoje não pára de nevar em Dusseldorf. Também eu hoje a olho por detrás da vidraça. Ainda não vi, felizmente, nenhuma criança descalça a deixar sulcos no caminho.
Mas confesso que o meu ânimo está a sofrer com tanto branco e com a falta que me fazes para colorir o horizonte. Desculpa, por vezes sou eu a neve do teu desânimo. E não queria.
Da próxima vez que nevar em Dusseldorf, quero-te comigo junto à lareira.
E acho que hoje ainda não te disse que te amo. Amo-te! e fiquem bem, à luz da Lua.
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.
É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...
Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.
Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!
Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...
Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança...
E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...
Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!...
E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração. "
(Augusto Gil)
Hoje não pára de nevar em Dusseldorf. Também eu hoje a olho por detrás da vidraça. Ainda não vi, felizmente, nenhuma criança descalça a deixar sulcos no caminho.
Mas confesso que o meu ânimo está a sofrer com tanto branco e com a falta que me fazes para colorir o horizonte. Desculpa, por vezes sou eu a neve do teu desânimo. E não queria.
Da próxima vez que nevar em Dusseldorf, quero-te comigo junto à lareira.
E acho que hoje ainda não te disse que te amo. Amo-te! e fiquem bem, à luz da Lua.
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Cada dia, maior a certeza
Sou romântico, apaixonado.
Optimista e sofredor.
Idealista e pragmático.
Tenho medo, pânico por vezes. Mas arrisco e assumo.
Tremo e agonizo mas não perco a esperança.
No que é que isto me transforma?
Não sei. Apenas sei que sou assim.
Por ti. Por mim.
Amor. Cumplicidade. Intimidade. Respeito.
Tudo o que procuro. Tudo o que tenho para dar.
Cada dia que passa, maior a certeza.
És tu. Sou eu.
Quero crescer contigo, aprender contigo. Ganhar o mundo, contigo.
E que cresças, aprendas e ganhes mundo, comigo.
Mas sempre no calor seguro dos nossos abraços.
Nada vale mais que um sorriso teu, nosso.
Há dias que fazem uma vida passar à nossa frente, como um filme.
Hoje foi um desses dias.
Já sei quando abrir o Chardonay, que continua a ganhar a temperatura ideal.
Bons sonhos. E fiquem bem, à luz da Lua.
Optimista e sofredor.
Idealista e pragmático.
Tenho medo, pânico por vezes. Mas arrisco e assumo.
Tremo e agonizo mas não perco a esperança.
No que é que isto me transforma?
Não sei. Apenas sei que sou assim.
Por ti. Por mim.
Amor. Cumplicidade. Intimidade. Respeito.
Tudo o que procuro. Tudo o que tenho para dar.
Cada dia que passa, maior a certeza.
És tu. Sou eu.
Quero crescer contigo, aprender contigo. Ganhar o mundo, contigo.
E que cresças, aprendas e ganhes mundo, comigo.
Mas sempre no calor seguro dos nossos abraços.
Nada vale mais que um sorriso teu, nosso.
Há dias que fazem uma vida passar à nossa frente, como um filme.
Hoje foi um desses dias.
Já sei quando abrir o Chardonay, que continua a ganhar a temperatura ideal.
Bons sonhos. E fiquem bem, à luz da Lua.
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
De doze para treze ou a importância do teu sujeito
Aceito hoje como verdade que as certezas trazem a segurança. Sinto que as incertezas causam maiores inseguranças. Reconheço que haja quem se sinta mais seguro na incerteza do que na verdade da certeza.
Pode-se viver uma vida inteira seguro de uma verdade e ser-se inseguro. Pode-se ganhar uma vida de insegurança num momento de verdadeira certeza.
Trazendo outros conceitos a este baile de palavras, acrescento que acredito poder acontecer a verdade num momento de insegurança e a incerteza conseguir dar felicidade a quem muito se sentia seguro de o não conseguir ser.
O tempo tanto constrói certezas como causa inseguranças. O tempo e tudo aquilo que se faz ou não faz dele, ou melhor, com ele. E com as nossas certezas, com as nossas inseguranças, com a nossa verdade. E claro está, a dita da felicidade anda sempre a rondar, para essa temos sempre a certeza de ter tempo, mesmo que inseguros. Mas nunca estaremos seguros de a estar a sentir. Talvez seja essa insegurança a raiz e a razão da vontade irresistível de ser feliz a todo o tempo. Com mais ou menos segurança.
Releio esta prosa e parece-me confusa, complexa, irreal, fantasiosa, por vezes alucinada.
E é. Porque na prosa como na vida, o que dá sentido, seja ele qual for, ao uso dos substantivos, à colocação correcta dos adjectivos e advérbios, bem como às conjugações verbais, é a existência do sujeito. Sem ele, pode estar tudo correcto, mas dificilmente fará sentido. Sem mim (o eu), tu, nós e os outros.
Numa madrugada de doze para treze aqui há umas vidas atrás, começámos inseguros a caminhar na certeza de querer viver a verdade, e de verdade. As incertezas fazem parte do caminho, mas tu dás-me a vontade irresistível de ser o sujeito das tuas frases. Desde essa madrugada e é cada vez mais verdade.
Se a prosa continua complexa, eu volto do Campo Grande. Amo-te! Quero-te feliz!
Pode-se viver uma vida inteira seguro de uma verdade e ser-se inseguro. Pode-se ganhar uma vida de insegurança num momento de verdadeira certeza.
Trazendo outros conceitos a este baile de palavras, acrescento que acredito poder acontecer a verdade num momento de insegurança e a incerteza conseguir dar felicidade a quem muito se sentia seguro de o não conseguir ser.
O tempo tanto constrói certezas como causa inseguranças. O tempo e tudo aquilo que se faz ou não faz dele, ou melhor, com ele. E com as nossas certezas, com as nossas inseguranças, com a nossa verdade. E claro está, a dita da felicidade anda sempre a rondar, para essa temos sempre a certeza de ter tempo, mesmo que inseguros. Mas nunca estaremos seguros de a estar a sentir. Talvez seja essa insegurança a raiz e a razão da vontade irresistível de ser feliz a todo o tempo. Com mais ou menos segurança.
Releio esta prosa e parece-me confusa, complexa, irreal, fantasiosa, por vezes alucinada.
E é. Porque na prosa como na vida, o que dá sentido, seja ele qual for, ao uso dos substantivos, à colocação correcta dos adjectivos e advérbios, bem como às conjugações verbais, é a existência do sujeito. Sem ele, pode estar tudo correcto, mas dificilmente fará sentido. Sem mim (o eu), tu, nós e os outros.
Numa madrugada de doze para treze aqui há umas vidas atrás, começámos inseguros a caminhar na certeza de querer viver a verdade, e de verdade. As incertezas fazem parte do caminho, mas tu dás-me a vontade irresistível de ser o sujeito das tuas frases. Desde essa madrugada e é cada vez mais verdade.
Se a prosa continua complexa, eu volto do Campo Grande. Amo-te! Quero-te feliz!