quinta-feira, 12 de março de 2009

Ocupa-te! Mas não te preocupes Lua! Conheces a sua força!

Amarmos alguém, é talvez antes de tudo, amar aquilo e antes ainda, aqueles que ama quem dizemos amar. Não há forma de respeitar a personalidade e os hábitos, os defeitos e feitos, ou de amar com confiança justa e cega alguém quantas vezes tão diferente de nós, se antes não soubermos ou quizermos respeitar e amar aqueles que fizeram da pessoa amada aquilo que ela hoje é para nós.
Por muito que nos queiramos iludir, ou besuntar em cremes e cansar em fitness, no fundo temos consciência, e por a termos é que nos iludimos e besuntamos e cansamos, que ao contrário do que o Brad Pitt e companhia ainda agora nos fazem sonhar, a vida tem o seu caminho a fazer, em cada um de nós. E está a fazê-lo. Esta coisa dos blogs, principalmente aqueles como o meu, que nascem e existem e resistem, não apenas mas principal e fundacionalmente para cantar um grande amor, é coisa de gente, como eu, acima dos trinta e a caminho de um meio de existência que não queremos vazio. Por isso tudo fazemos para passar mensagem. Mais novos, tinhamos outras armas.
Se nós estamos a começar a sentir o peso do besunto e do cansaço, se tentamos inovar nas formas e nos meios de nos fazermos compreender e de lutar pelos sonhos, então é natural que aqueles que amamos e nos fizeram e criaram, educaram e se sacrificaram por nós, que deram muito deles para nós apenas conseguirmos ser um pouco do que nos deram - e quantas vezes do que continuam a ser- é natural, que o caminho se esteja a tornar para eles, infelizmente e impotentemente para nós, ainda mais sinuoso, de altos e baixos, ainda mais cansativo, de lutas e batalhas. Mas nos olhos deles, ainda mais emotivo, porque simplesmente cada dia é mais uma vitória. Porque simplesmente cada sorriso ou simples presença nossa ou palavra ou gesto que tenhamos tempo, é um troféu de vida.
Mas convém - principalmente a nós - que não esqueçamos que muitos, muitos, dos nossos "heróis", quantos deles sem aspas, não se resignam aos sinais da passagem dos anos. Não se resignam apenas a abusar do besunto e do fitness, que valorizam cada vez mais a sua participação activa em sociedade, que conseguem dar, sempre cada vez mais conscientemente, mais de si, aqueles que amam, nem que seja um dia, apenas a sua confiança, a sua presença, o seu saber, o seu beijo de carinho.
Se é normal - se é que existe normalidade possivel nisto - que com o passar dos anos cresça em nós um medo inexplicavel de ficar sem os que amamos e nos ensinaram a amar, também é, ou devia ser, tão ou mais normal, que aproveitássemos e nos "banquetiassemos" com cada minuto da presença do seu carinho e do seu exemplo.
E se há algo que ouço dos "meus velhos", é que só se arrepende do que não fizeram ou tiveram tempo para fazer. Curioso como eu, também já digo o mesmo, reconheço que quantas vezes, sem saber o que digo ou porque o digo.
Deixo-vos com uma velha conhecida. A cantar um hino, um verdadeiro hino, a uma das maiores riquezas das nossas vidas - e daqueles a quem hoje amamos perdidamente - um hino escrito e composto por eles, para eles, e com um pormenor importante que a maioria desconhece, com eles.
Gostar de quem gosta de nós, é uma das maiores, e para quantos a mais díficil, prova de amor.

Em cada mostra de debilidade, nasce uma prova de força, de Amor. Saibamos acompanhar a primeira e aprender em júbilo a segunda.

"Parado e atento à raiva do silêncio
De um relógio partido e gasto pelo tempo
Estava um velho sentado no banco de um jardim
A recordar fragmentos do passado

Na telefonia tocava uma velha canção
E um jovem cantor falava na solidão
Que sabes tu do canto de estar só assim
Só e abandonado como o velho do jardim?

O olhar triste e cansado procurando alguém
E a gente passa ao seu lado a olhá-lo com desdém
Sabes eu acho que todos fogem de ti prá não ver
A imagem da solidão que irão viver
Quando forem como tu
Um velho sentado num jardim

Passam os dias e sentes que és um perdedor
Já não consegues saber o que tem ou não valor
O teu caminho parece estar mesmo a chegar ao fim
Para dares lugar a outro no teu banco do jardim

O olhar triste e cansado procurando alguém
E a gente passa ao seu lado a olhá-lo com desdém
Sabes eu acho que todos fogem de ti prá não ver
A imagem da solidão que irão viver
Quando forem como tu
Um resto de tudo o que existiu
Quando forem como tu
Um velho sentado num jardim"

As melhoras "yaya"! O Mundo, e este meu mundo Lunar, precisa muito de tu sonrisa. E sem essa tosse. És uma prova da inigualável necessidade que os nossos nos fazem, até aqueles que te amam porque um dia se apaixonaram por um dos teus, no caso uma das tuas, que tiveste a sorte de nos proporcionar uma família de mulheres.

Abri uma excepção, hoje esta trova só é Lunar, por interposta pessoa. A mais importantes das "interpostas". Fiquem bem, à luz da Lua.

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