quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Uma trova fora do comum

Fora do comum porque o que se fez comum, normal ou extraordinário, é esta luz ser um espaço de canto de amor livre, onde canto o que sinto e cantando faço aumentar vontade, onde transformo realidade em sonho, espera em esperança, mágoa em perseverança, desencanto em desejo. Fora do comum porque hoje não olho e canto a Lua, hoje olho para mim a olhar a Lua. Vejo-me a admirá-la ao longe, a esperar os seus designios. Fora do comum porque sinto faltarem-me forças para cantar. Sinto a mesma vontade de sempre, quero ter a mesma perseverança de sempre, mas volto a sentir-me fraco. Como sempre fui antes de a luz da Lua me ter iluminado. Cantador egoista eu, que anseia por ser cantado. Mas a história, a filosofia, a teologia e até a poesia mais empírica ensina que tudo tem a sua ordem e ela é inalterável. Há quem cante e quem tenha que cantar. Mas hoje, fora do comum, não tinha outra forma de dizer que até o mais iluminado dos trovadores se pode sentir no vazio, fraco e a precisar de ajuda. E como "o que é do blog, fica no blog", aqui fica uma trova incomum, tão sentida como todas as outras que escrevi e voltarei a escrever. Sim, voltarei a escrever, porque há coisas e sentires que não mudam, por muito irracional que isso possa parecer ou ser.

Como já devem ter percebido, embora esteja lá, esta noite não há Lua. E trovador sem Lua fica assim, estranho, fora do seu mundo, incomodo e incomum.
É fora do comum, mas continua a ser para ti, a chamar por ti, Lua.

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Trova à Lua