Não conhecia a tristeza, até hoje. Não conhecia o pânico, até hoje. Se calhar, não sabia verdadeiramente o que é amar e querer cuidar, até hoje. Experimentei um muito querer e nada poder, um nada saber que fazer ou dizer. Apenas pensava e repetia para mim em silêncio: Amo-te. Não suporto vêr-te assim infeliz. Amo-te. Que posso fazer? Hoje dei de caras com o que realmente sinto, sem as suas máscaras e romântismos, sem lírismos e sem palavras. Hoje aprendi que a dor que mais me dói afinal não é a minha. E como lhe dói. E como eu compreendo a sua dor. E não partilho a sua dor. A dor - soube-o hoje - é minha também. Até hoje, as vezes que me disse triste, afinal não o estava. Era outra coisa qualquer, porque a tristeza conhecia hoje. E apresentou-me o Amor. Hoje vi-lhe a cara, por instantes, olheio-o nos olhos. Por instantes tive medo dele. Há sensações que não se explicam, por isso não se culpem se não entenderem o que escrevo. Só sei que fiquei a saber que não é só o Pai Natal que tem barbas brancas. E que é possivel ficar mudo e sem norte por me engasgár com o não saber que dizer quando a tristeza cai sobre Aquela que ilumina estas páginas. Seja eu capaz de ajudar ao regresso do seu sorriso, pelas barbas brancas que hoje conheci.
E se puderem, fiquem bem, à luz da Lua
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