Ele realmente há coisas que só quando passamos por elas, quando as sentimos na nossa pele, é que deixamos de as desdenhar ou olhar com olhos de desconfiança e pouca fé.
Quando a solidão ataca em terras desconhecidas, quando estamos privados da companhia dos que mais queremos e não temos ninguém para acompanhar numa simples cerveja; quando nada do que olhamos à volta nos diz nada, nada se parece com o que intrinsecamente é nosso, então talvez percebamos o que durante anos nos foi indiferente. Pequenas coisas que se sentem de forma diferente e nos fazem sentir mais perto, para não dizer, vivos.
Enquanto aguardo impaciente a vitória da "nossa" Espanha na final de hoje, bebo uma cerveja alemã e brindo ao som do "Vinho do Porto" do Paião, que hoje para mim, é um Hino.
Primeiro a serra semeada terra a terra
Nas vertentes da promessa
Nas vertentes da promessa
Depois o verde que se ganha ou que se perde
Quando a chuva cai depressa
Quando a chuva cai depressa
E nasce o fruto quantas vezes diminuto
Como as uvas da alegria
Como as uvas da alegria
E na vindima vão as cestas até cima
Com o pão de cada dia
Com o pão de cada dia
Suor do rosto pra pisar e ver o mosto
Nos lagares do bom caminho
Nos lagares do bom caminho
Assim cuidado faz-se o sonho e fermentado
Generoso como o vinho
Generoso como o vinho
E pelo rio vai dourado o nosso brio
Nos rabelos duma vida
Nos rabelos duma vida
E para o mundo vão garrafas cá do fundo
De uma gente envaidecida
De uma gente envaidecida
Vinho do Porto
Vinho de Portugal
E vai à nossa
À nossa beira mar
À beira Porto
À vinho Porto mar
Há-de haver Porto
Para o nosso mar
Vinho do Porto
Vinho de Portugal
E vai à nossa
À nossa beira mar
À beira Porto
À vinho Porto mar
Há-de haver Porto
Para o desconforto
Para o que anda torto
Neste navegar
Por isso há festa não há gente como esta
Quando a vida nos empresta uns foguetes de ilusão
Vem a fanfarra e os míudos, a algazarra
Vai-se o povo que se agarra pra passar a procissão
E são atletas, corredores de bicicletas
E palavras indiscretas na boca de algum rapaz
E as barracas mais os cortes nas casacas
Os conjuntos, as ressacas e outro brinde que se faz
Vinho do Porto vou servi-lo neste cálice
Alicerce da amizade em Portugal
É o conforto de um amor tomado aos tragos
Que trazemos por vontade em Portugal
Se nós quisermos entornar a pequenez
Se nós soubermos ser amigos desta vez
Não há champanhe que nos ganhe
Nem ninguém que nos apanhe
Porque o vinho é português
A "bold" assinalo a parte do Hino que ouço em "repeat". A parte que me trás à memória muito do que hoje, à distância, sinto como um patrímonio único da portugalidade.
A todos ofereço um brinde!
E que Viva España!
Na Alemanha a torcer por Espanha, assim estou eu. E sempre, à luz da Lua.
domingo, 29 de junho de 2008
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