No segundo post que trouxe aqui à Tua luz, confessei que "vai e volta e será, talvez, o poema da da minha vida".
Hoje, neste teu cinquagésimo sexto post, e neste momento em que tudo o que te queria dar era a minha presença, não encontro nada de mais meu, que sinta que é muito mais teu. E assim sendo, uma vez mais, mas hoje em definitivo, ofereço-to. Toma! É teu! És tu em cada verso!
No teu poema
existe um verso em branco e sem medida,
um corpo que respira, um céu aberto,
janela debruçada para a vida.
No teu poema existe a dor calada lá no fundo,
o passo da coragem em casa escura,
e aberta, uma varanda para o mundo.
Existe a noite,
o riso e a voz refeita à luz do dia,
a festa da Senhora da Agonia
e o cansaço
do corpo que adormece em cama fria.
Existe um rio,a sina de quem nasce fraco ou forte,
o risco, a raiva e a luta de quem cai
ou que resiste,
que vence ou adormece antes da morte.
No teu poema
existe o grito e o eco da metralha,
a dor que sei de cor mas não recito
e os sonhos inquietos de quem falha.
No teu poema
existe um cantochão alentejano,
a rua e o pregão de uma varina
e um barco assoprado a todo o pano.
Existe um rio
a sina de quem nasce fraco ou forte,
o risco, a raiva e a luta de quem cai
ou que resiste,
que vence ou adormece antes da morte.
No teu poema
existe a esperança acesa atrás do muro,
existe tudo o mais que ainda escapa
e um verso em branco à espera de futuro.
Lágrima seca? Agora o meu sorriso!! E vai-te a eles, que o poema tem um verso em branco!!
Eu fico aqui, sempre à luz da Lua.
quarta-feira, 25 de junho de 2008
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1 comentário:
Faltou só referir que esse lindissimo poema foi escrito por um senhor chamado José Luis Tinoco.
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