"Um dia, ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a de um jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto, convidou-a pra rodar
E então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça, foram para a praça e começaram a se abraçar
E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade que toda cidade se iluminou
E foram tantos beijos loucos, tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz"
Vinicius regressa à luz da Lua, hoje na companhia de um outro génio, Chico Buarque de Hollanda, com a sua "Valsinha".
Trazem uma história simples. Uma história que nos lembra que há sempre um momento em que podemos fazer diferente, em que podemos optar por não complicar. Normalmente resulta. Mas normalmente é também raro ousar ser simples.
Eu confio na genialidade e na simplicidade. Adoraria dançar esta valsinha. E viver em Paz.
Lua, danças comigo?
Boas valsas e valsinhas, fiquem bem à luz da Lua.
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Chega de saudade!
"Vai minha tristeza
e diz a ela
Que sem ela não pode ser
Diz-lhe numa prece que ela regresse
Porque eu não posso mais sofrer
Chega de saudade, a realidade é que sem ela
Não há paz, não há beleza, é só tristeza
E a melancolia que não sai de mim, não sai de mim, não sai
Mas se ela voltar, se ela voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca
Dentro dos meus braços os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio de viver longe de mim
Não quero mais esse negócio de você viver assim
Vamos deixar desse negócio de você viver sem mim"
Vinicius de Morais escreveu, Antonio Carlos Jobin musicou, João Gilberto imortalizou e eu continuo a fazer deste pedaço de genialidade "tripartilhado" um grito de resistência, uma prece Lunar.
Bons sonhos. E fiquem bem, à luz da Lua.
e diz a ela
Que sem ela não pode ser
Diz-lhe numa prece que ela regresse
Porque eu não posso mais sofrer
Chega de saudade, a realidade é que sem ela
Não há paz, não há beleza, é só tristeza
E a melancolia que não sai de mim, não sai de mim, não sai
Mas se ela voltar, se ela voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca
Dentro dos meus braços os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio de viver longe de mim
Não quero mais esse negócio de você viver assim
Vamos deixar desse negócio de você viver sem mim"
Vinicius de Morais escreveu, Antonio Carlos Jobin musicou, João Gilberto imortalizou e eu continuo a fazer deste pedaço de genialidade "tripartilhado" um grito de resistência, uma prece Lunar.
Bons sonhos. E fiquem bem, à luz da Lua.
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Habemus scriptum? Ou encontras Garcia?
Algures em Setembro passado, um amigo daqueles com "A" (um dia, conto aqui a história da madre benfiquista de Almoster e da conquista do "A"), escreveu-me uma carta (dos tempos modernos, via e-mail, mas uma missiva, carta sem selo, mas carta, de amigo:
"Bom Dia Hugo,
pelo menos assim o espero que venha a ser, bom!
Vinha no carro a pensar, que a minha equipa, se calhar já tinha atingido maturidade, para levar com a treta do "levar-a-carta-a-Garcia". Pensava que lhes podia dar uma ajudinha no sentido de apurarem a autonomia e subirem um degrau na escada do desenrascanço.
Depois, a cortar este raciocionio, e mesmo antes do "Portugalex", apareceu o Paulo a dizer que "depois do adeus" as coisas ficam outras.
A mistura, de ausencia de sono e de um cérebro matinal ainda por refrescar, detonadora de miscelanias reflexivas, induziu-me ao seguinte beco:
O Hugo está na Alemanha vai fazer quase um ano. De certeza que não vai conseguir arranjar tempo para se matricular numa universidade para melhorar conhecimentos e CV, e as causas para o não fazer são simples e aparentemente bem justificadas:
O TRABALHO. Esta obsessão que temos de sentir-nos disponiveis. Todos os restantes compromissos, que não profissionais, parecem peso e fazem lastro imobilizador para a nossa disponibilidade laboral. Pelo menos esta foi a sensação que presidiu às minhas decisões de não inscrever-me na Sorbonne. Bom, mas ao que íamos:
Vai fazer um ano.
Eliminada que está a possibilidade académica (saber admitir derrotas prepara-nos melhor para a vitória - não estou a citar, é proprio), para além de nos sentirmos mais leves, abre-nos uma outra porta: então quê? (para alem do banco, já sei...). Pois tive uma ideia: enquanto continuas a levar a tua carta a Garcia (o próprio demorou 10 meses, tu seguramente mais) por que não escreves um livro?
Esta ideia não há-de de angustiar obviamente porque:
Rediges bem,
tens tempo,
emocionalmente não podias estar melhor (a sofrer)"
Fez-me pensar em mim e em tudo. Principalmente nas opções que tinha tomado e nas outras, de vida, que estava a tomar. Confesso: nunca tinha pensado tanto. Nem sequer sabia que era capaz de equacionar tanto por tanto em tão pouco tempo. Soube uma coisa: havia que urgentemente que saber o que iria significar no futuro para mim, esta opção. Uma provação? Uma conquista? Um passo ao lado? Um decisivo passo em frente? Profissional? Pessoal? Tudo foi escrutinado no momento, continua a ser. E será.
Hoje recebi nova carta desse Amigo:
"Habemus scriptum?"
Amigo, obrigado por me me recordares que, se nem tudo pode ter uma causa controlável, o mesmo tudo tem que ter um resultado, que de alguma forma, ou de todas de preferência, seja um sucesso para o Futuro. Seja ele qual fôr.
E com tudo isto, vou tentar não deixar de te responder. Não sei se tenho escrito ou escrevo um livro. Sei que faço um trajecto, e no meio desse, tenho ficado a conhecer-me melhor (eu que pensava conhecer-me e conhecer os outros melhor que qualquer Ser Superior). Por falar em Seres Superiores: Obrigado pela confiança. E espera comigo pelo resultado. Nunca será menos que um "Pullitzer"!!
E nunca esqueçam, que mesmo à luz da Lua, "a luta continua"!
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Uma trova fora do comum
Fora do comum porque o que se fez comum, normal ou extraordinário, é esta luz ser um espaço de canto de amor livre, onde canto o que sinto e cantando faço aumentar vontade, onde transformo realidade em sonho, espera em esperança, mágoa em perseverança, desencanto em desejo. Fora do comum porque hoje não olho e canto a Lua, hoje olho para mim a olhar a Lua. Vejo-me a admirá-la ao longe, a esperar os seus designios. Fora do comum porque sinto faltarem-me forças para cantar. Sinto a mesma vontade de sempre, quero ter a mesma perseverança de sempre, mas volto a sentir-me fraco. Como sempre fui antes de a luz da Lua me ter iluminado. Cantador egoista eu, que anseia por ser cantado. Mas a história, a filosofia, a teologia e até a poesia mais empírica ensina que tudo tem a sua ordem e ela é inalterável. Há quem cante e quem tenha que cantar. Mas hoje, fora do comum, não tinha outra forma de dizer que até o mais iluminado dos trovadores se pode sentir no vazio, fraco e a precisar de ajuda. E como "o que é do blog, fica no blog", aqui fica uma trova incomum, tão sentida como todas as outras que escrevi e voltarei a escrever. Sim, voltarei a escrever, porque há coisas e sentires que não mudam, por muito irracional que isso possa parecer ou ser.
Como já devem ter percebido, embora esteja lá, esta noite não há Lua. E trovador sem Lua fica assim, estranho, fora do seu mundo, incomodo e incomum.
É fora do comum, mas continua a ser para ti, a chamar por ti, Lua.
Como já devem ter percebido, embora esteja lá, esta noite não há Lua. E trovador sem Lua fica assim, estranho, fora do seu mundo, incomodo e incomum.
É fora do comum, mas continua a ser para ti, a chamar por ti, Lua.
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Não é de hoje e não será de amanhã, mas sinto que ...
Quando a consciência crescente e a Lua Cheia, alargava e alegrava o horizonte, eis que a neblina, embora persista em querer acreditar que não mais que meros passageiros e instáveis bancos de nevoeiro, teima e volta a fazer redobrar esforços de navegação com olhos postos nos metros mais próximos.
A imprescindível cautela, obrigatória e necessária a quem muito quer chegar ao destino, à sua terra prometida, ao seu sonho lunar, obriga a retomar estudos e orações, a retirar do baú as cartas de marear e a reorientar rosas dos ventos, a criar ainda maior capacidade de paciência e tolerância face às intempéries. Caso contrário, o desaire, o naufrágio pode ser inevitável, mesmo que nunca se tenha por eminente.
Insisto em preferir a prosa à poesia, embora vá beber aos poetas da inspiração, do desapego e do desassossego. Prefiro a prosa, porque embora o que sinta seja digno da maior das representações poéticas, o tempo e os tempos desaconselham tal euforia. O tempo está frio e nublado, os tempos apresentam-se-me como mais de mais perguntas do que de viver e exultar respostas. Há que, com apaixonada paciência, aguardar que estas reincidentes nuvens se dissipem e que os tempos que o amanhã trará sejam de poesia apaixonada, Camoniana, ou se Deus realmente for meu amigo, de tipo casamento de Camões com Bocage.
Há que ter confiança, manter o rumo e vontade. Porque a força que me prende ao leme, não sendo a do Príncipe Perfeito, também vence monstrengos. Assim o quero, assim insisto, assim o desejo. Assim seja.
Lua, estou contigo. Que voltes a sentir-te, a estar Cheia, feliz, confiante. Que voltes:
“Hoje voltei a acreditar.A acreditar em mim. A acreditar que há quem acredite em mim. Hoje inicie um projecto, um projecto meu, um projecto em que acredito. Pouco importa se falhar, aprenderei com ele, aprenderei comigo. Com as minhas opções, com as minhas decisões, com os meus erros.Hoje voltei a acreditar e estou feliz “
SBD 18.01.2008
Assim, juntarás à minha a tua força, agarrando o leme, que insisto em sentir que não guia apenas o meu querer e sentir, mas também a rotação lunar. Conto contigo, preciso de ti.
E entretanto, fiquem bem à luz da Lua.
A imprescindível cautela, obrigatória e necessária a quem muito quer chegar ao destino, à sua terra prometida, ao seu sonho lunar, obriga a retomar estudos e orações, a retirar do baú as cartas de marear e a reorientar rosas dos ventos, a criar ainda maior capacidade de paciência e tolerância face às intempéries. Caso contrário, o desaire, o naufrágio pode ser inevitável, mesmo que nunca se tenha por eminente.
Insisto em preferir a prosa à poesia, embora vá beber aos poetas da inspiração, do desapego e do desassossego. Prefiro a prosa, porque embora o que sinta seja digno da maior das representações poéticas, o tempo e os tempos desaconselham tal euforia. O tempo está frio e nublado, os tempos apresentam-se-me como mais de mais perguntas do que de viver e exultar respostas. Há que, com apaixonada paciência, aguardar que estas reincidentes nuvens se dissipem e que os tempos que o amanhã trará sejam de poesia apaixonada, Camoniana, ou se Deus realmente for meu amigo, de tipo casamento de Camões com Bocage.
Há que ter confiança, manter o rumo e vontade. Porque a força que me prende ao leme, não sendo a do Príncipe Perfeito, também vence monstrengos. Assim o quero, assim insisto, assim o desejo. Assim seja.
Lua, estou contigo. Que voltes a sentir-te, a estar Cheia, feliz, confiante. Que voltes:
“Hoje voltei a acreditar.A acreditar em mim. A acreditar que há quem acredite em mim. Hoje inicie um projecto, um projecto meu, um projecto em que acredito. Pouco importa se falhar, aprenderei com ele, aprenderei comigo. Com as minhas opções, com as minhas decisões, com os meus erros.Hoje voltei a acreditar e estou feliz “
SBD 18.01.2008
Assim, juntarás à minha a tua força, agarrando o leme, que insisto em sentir que não guia apenas o meu querer e sentir, mas também a rotação lunar. Conto contigo, preciso de ti.
E entretanto, fiquem bem à luz da Lua.
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
A Lua, o nosso amigo e os "Sás Carneiros"!
"Como eu desejo a que ali vai na rua,
tão ágil, tão agreste, tão de amor...
Como eu quisera emaranhá-la nua,
bebê-la em espasmos de harmonia e cor!...
Desejo errado... Se eu a tivera um dia,
toda sem véus, a carne estilizada
sob o meu corpo arfando transbordada,
nem mesmo assim – ó ânsia! – eu a teria...
Eu vibraria só agonizante
sobre o seu corpo de êxtases dourados,
se fosse aqueles seios transtornados,
se fosse aquele sexo aglutinante...
De embate ao meu amor todo me ruo,
e vejo-me em destroço até vencendo:
é que eu teria só, sentindo e sendo
aquilo que estrebucho e não possuo."
Amigo, este foi o desafio que sabias que eu abraçava. Esta foi a superação que nos desejaste. Quero que saibas que começamos a negar positivamente todo o modernismo egocêntrico de Mário Sá Carneiro. Que com calma e em tempo, vamos descobrindo, que a ânsia deixa de ser agonizante quando nasce espasmática num abraço, sentido e vibrante, alimentado pela vontade apaixonada de dois seres aglutinantes.
Que saibas que este poema oferecido, tem sido um estímulo e uma fantasia perseguida, até hoje, em segredo. Obrigado.
Que tu e a minha Lua saibam, o quanto a vossa amizade me ensinou, que a Amizade para ser verdadeira e sentida tem mesmo que ser "amiga", libertadora e incondicional.
Ah! E ficam tão bem. Lamechas os dois. Como eu gosto!
E espero que aprendas muito em breve, o caminho de Dusseldorf. Onde terás sempre dois amigos, daqueles!!
Há vinte e oito anos morreu outro Sá Carneiro. Não eram familiares, mas tinham ambos uma característica comum: estavam à frente do seu tempo. Um matou-se porque não o compreendiam. O outro, mataram-no porque o sabiam diferente.
Não sei se tivesse vivido, o teria conseguido. Mas sei que vinte e oito anos depois da sua morte, o seu desejo continua por realizar: "...um Pais onde os idosos tenham presente; onde os jovens tenham futuro!"
Só isso, o sonho não cumprido, interrompido por vontade de outros, me bastava para continuar a lembrar o seu nome. Mas infelizmente, cada vez mais vejo motivos para ter saudades dele. E muito menos românticos.
Lua, o poema revelado era o que estava na carteira "de Basileia". O resto, melhor que ninguém, entendes à primeira leitura. Sem racional lógico, que esse não é para aqui chamado. O outro Sá Carneiro é também um amigo meu, nosso.
E fiquem bem à luz da Lua. Eu prometo, vou dormir.
tão ágil, tão agreste, tão de amor...
Como eu quisera emaranhá-la nua,
bebê-la em espasmos de harmonia e cor!...
Desejo errado... Se eu a tivera um dia,
toda sem véus, a carne estilizada
sob o meu corpo arfando transbordada,
nem mesmo assim – ó ânsia! – eu a teria...
Eu vibraria só agonizante
sobre o seu corpo de êxtases dourados,
se fosse aqueles seios transtornados,
se fosse aquele sexo aglutinante...
De embate ao meu amor todo me ruo,
e vejo-me em destroço até vencendo:
é que eu teria só, sentindo e sendo
aquilo que estrebucho e não possuo."
Amigo, este foi o desafio que sabias que eu abraçava. Esta foi a superação que nos desejaste. Quero que saibas que começamos a negar positivamente todo o modernismo egocêntrico de Mário Sá Carneiro. Que com calma e em tempo, vamos descobrindo, que a ânsia deixa de ser agonizante quando nasce espasmática num abraço, sentido e vibrante, alimentado pela vontade apaixonada de dois seres aglutinantes.
Que saibas que este poema oferecido, tem sido um estímulo e uma fantasia perseguida, até hoje, em segredo. Obrigado.
Que tu e a minha Lua saibam, o quanto a vossa amizade me ensinou, que a Amizade para ser verdadeira e sentida tem mesmo que ser "amiga", libertadora e incondicional.
Ah! E ficam tão bem. Lamechas os dois. Como eu gosto!
E espero que aprendas muito em breve, o caminho de Dusseldorf. Onde terás sempre dois amigos, daqueles!!
Há vinte e oito anos morreu outro Sá Carneiro. Não eram familiares, mas tinham ambos uma característica comum: estavam à frente do seu tempo. Um matou-se porque não o compreendiam. O outro, mataram-no porque o sabiam diferente.
Não sei se tivesse vivido, o teria conseguido. Mas sei que vinte e oito anos depois da sua morte, o seu desejo continua por realizar: "...um Pais onde os idosos tenham presente; onde os jovens tenham futuro!"
Só isso, o sonho não cumprido, interrompido por vontade de outros, me bastava para continuar a lembrar o seu nome. Mas infelizmente, cada vez mais vejo motivos para ter saudades dele. E muito menos românticos.
Lua, o poema revelado era o que estava na carteira "de Basileia". O resto, melhor que ninguém, entendes à primeira leitura. Sem racional lógico, que esse não é para aqui chamado. O outro Sá Carneiro é também um amigo meu, nosso.
E fiquem bem à luz da Lua. Eu prometo, vou dormir.
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Que posso fazer? Estou apaixonado!
Começo as semanas às Sextas-Feiras. Envio mensagens depois de telefonar. Anseio por respostas mesmo quando já as conheço. Tomo o pequeno almoço antes de me deitar. Agora vou tentar dormir antes de acordar. Mas não resisto a dar-te já um beijo de bons dias, Amor.
Bom dia dos fatos! E fiquem bem, à luz da Lua.
Bom dia dos fatos! E fiquem bem, à luz da Lua.
domingo, 23 de novembro de 2008
A neve e a lareira
"Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.
É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...
Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.
Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!
Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...
Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança...
E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...
Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!...
E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração. "
(Augusto Gil)
Hoje não pára de nevar em Dusseldorf. Também eu hoje a olho por detrás da vidraça. Ainda não vi, felizmente, nenhuma criança descalça a deixar sulcos no caminho.
Mas confesso que o meu ânimo está a sofrer com tanto branco e com a falta que me fazes para colorir o horizonte. Desculpa, por vezes sou eu a neve do teu desânimo. E não queria.
Da próxima vez que nevar em Dusseldorf, quero-te comigo junto à lareira.
E acho que hoje ainda não te disse que te amo. Amo-te! e fiquem bem, à luz da Lua.
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.
É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...
Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.
Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!
Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...
Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança...
E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...
Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!...
E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração. "
(Augusto Gil)
Hoje não pára de nevar em Dusseldorf. Também eu hoje a olho por detrás da vidraça. Ainda não vi, felizmente, nenhuma criança descalça a deixar sulcos no caminho.
Mas confesso que o meu ânimo está a sofrer com tanto branco e com a falta que me fazes para colorir o horizonte. Desculpa, por vezes sou eu a neve do teu desânimo. E não queria.
Da próxima vez que nevar em Dusseldorf, quero-te comigo junto à lareira.
E acho que hoje ainda não te disse que te amo. Amo-te! e fiquem bem, à luz da Lua.
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Cada dia, maior a certeza
Sou romântico, apaixonado.
Optimista e sofredor.
Idealista e pragmático.
Tenho medo, pânico por vezes. Mas arrisco e assumo.
Tremo e agonizo mas não perco a esperança.
No que é que isto me transforma?
Não sei. Apenas sei que sou assim.
Por ti. Por mim.
Amor. Cumplicidade. Intimidade. Respeito.
Tudo o que procuro. Tudo o que tenho para dar.
Cada dia que passa, maior a certeza.
És tu. Sou eu.
Quero crescer contigo, aprender contigo. Ganhar o mundo, contigo.
E que cresças, aprendas e ganhes mundo, comigo.
Mas sempre no calor seguro dos nossos abraços.
Nada vale mais que um sorriso teu, nosso.
Há dias que fazem uma vida passar à nossa frente, como um filme.
Hoje foi um desses dias.
Já sei quando abrir o Chardonay, que continua a ganhar a temperatura ideal.
Bons sonhos. E fiquem bem, à luz da Lua.
Optimista e sofredor.
Idealista e pragmático.
Tenho medo, pânico por vezes. Mas arrisco e assumo.
Tremo e agonizo mas não perco a esperança.
No que é que isto me transforma?
Não sei. Apenas sei que sou assim.
Por ti. Por mim.
Amor. Cumplicidade. Intimidade. Respeito.
Tudo o que procuro. Tudo o que tenho para dar.
Cada dia que passa, maior a certeza.
És tu. Sou eu.
Quero crescer contigo, aprender contigo. Ganhar o mundo, contigo.
E que cresças, aprendas e ganhes mundo, comigo.
Mas sempre no calor seguro dos nossos abraços.
Nada vale mais que um sorriso teu, nosso.
Há dias que fazem uma vida passar à nossa frente, como um filme.
Hoje foi um desses dias.
Já sei quando abrir o Chardonay, que continua a ganhar a temperatura ideal.
Bons sonhos. E fiquem bem, à luz da Lua.
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
De doze para treze ou a importância do teu sujeito
Aceito hoje como verdade que as certezas trazem a segurança. Sinto que as incertezas causam maiores inseguranças. Reconheço que haja quem se sinta mais seguro na incerteza do que na verdade da certeza.
Pode-se viver uma vida inteira seguro de uma verdade e ser-se inseguro. Pode-se ganhar uma vida de insegurança num momento de verdadeira certeza.
Trazendo outros conceitos a este baile de palavras, acrescento que acredito poder acontecer a verdade num momento de insegurança e a incerteza conseguir dar felicidade a quem muito se sentia seguro de o não conseguir ser.
O tempo tanto constrói certezas como causa inseguranças. O tempo e tudo aquilo que se faz ou não faz dele, ou melhor, com ele. E com as nossas certezas, com as nossas inseguranças, com a nossa verdade. E claro está, a dita da felicidade anda sempre a rondar, para essa temos sempre a certeza de ter tempo, mesmo que inseguros. Mas nunca estaremos seguros de a estar a sentir. Talvez seja essa insegurança a raiz e a razão da vontade irresistível de ser feliz a todo o tempo. Com mais ou menos segurança.
Releio esta prosa e parece-me confusa, complexa, irreal, fantasiosa, por vezes alucinada.
E é. Porque na prosa como na vida, o que dá sentido, seja ele qual for, ao uso dos substantivos, à colocação correcta dos adjectivos e advérbios, bem como às conjugações verbais, é a existência do sujeito. Sem ele, pode estar tudo correcto, mas dificilmente fará sentido. Sem mim (o eu), tu, nós e os outros.
Numa madrugada de doze para treze aqui há umas vidas atrás, começámos inseguros a caminhar na certeza de querer viver a verdade, e de verdade. As incertezas fazem parte do caminho, mas tu dás-me a vontade irresistível de ser o sujeito das tuas frases. Desde essa madrugada e é cada vez mais verdade.
Se a prosa continua complexa, eu volto do Campo Grande. Amo-te! Quero-te feliz!
Pode-se viver uma vida inteira seguro de uma verdade e ser-se inseguro. Pode-se ganhar uma vida de insegurança num momento de verdadeira certeza.
Trazendo outros conceitos a este baile de palavras, acrescento que acredito poder acontecer a verdade num momento de insegurança e a incerteza conseguir dar felicidade a quem muito se sentia seguro de o não conseguir ser.
O tempo tanto constrói certezas como causa inseguranças. O tempo e tudo aquilo que se faz ou não faz dele, ou melhor, com ele. E com as nossas certezas, com as nossas inseguranças, com a nossa verdade. E claro está, a dita da felicidade anda sempre a rondar, para essa temos sempre a certeza de ter tempo, mesmo que inseguros. Mas nunca estaremos seguros de a estar a sentir. Talvez seja essa insegurança a raiz e a razão da vontade irresistível de ser feliz a todo o tempo. Com mais ou menos segurança.
Releio esta prosa e parece-me confusa, complexa, irreal, fantasiosa, por vezes alucinada.
E é. Porque na prosa como na vida, o que dá sentido, seja ele qual for, ao uso dos substantivos, à colocação correcta dos adjectivos e advérbios, bem como às conjugações verbais, é a existência do sujeito. Sem ele, pode estar tudo correcto, mas dificilmente fará sentido. Sem mim (o eu), tu, nós e os outros.
Numa madrugada de doze para treze aqui há umas vidas atrás, começámos inseguros a caminhar na certeza de querer viver a verdade, e de verdade. As incertezas fazem parte do caminho, mas tu dás-me a vontade irresistível de ser o sujeito das tuas frases. Desde essa madrugada e é cada vez mais verdade.
Se a prosa continua complexa, eu volto do Campo Grande. Amo-te! Quero-te feliz!
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