terça-feira, 20 de novembro de 2007

Transformar é preciso, é como animar, também é preciso

Alguém se lembra da canção que ganhou o Festival RTP da Canção em 1983? Alguém se lembra do que era o Festival RTP da Canção? Pois eu hoje esbarrei - uma vez mais, porque a primeira foi em Julho passado, mas isso é outra trova - com a dita vencedora de 83. Começa por dizer que "ela diz que eu fui um caso muito sério, mas eu só sei que nada disto é normal" e no refrão afirma que "na minha vida só houve um abraço como o teu, um sonho, um livro, uma aventura sem igual..." Hoje esbarrei nela e ouvi-a uma dúzia de vezes. Ficou a martelár-me esse abraço sem igual. O que leva alguém a certa altura da vida apenas querer cantar um certo abraço e dedicar uma canção olhando para trás. Fiz um exercício e consegui ouvir a canção em tempo verbal diferente. Transformei o passado do autor no meu presente. E embora com a perda da métrica e de alguma da musicalidade, ganhou realidade. Porque na minha vida só há um abraço. Porque o passado, embora exista - existe sempre - não tem nada para cantar. E porque também me faz bem ao ego cantar que ela diz que eu sou um caso sem igual. Convido os não saudosistas - porque esses não incomodo - a fazerem o mesmo exercício. Quando esbarrarem em algo que gostem de ouvir, mas que a letra vos "atire" para trás, olhem para dentro e com coragem e de coração aberto, façam-na presente e ofereçam-na com os olhos no futuro. Acreditem que os autores não vos levam a mal, afinal a sua função é fazerem sonhar quem os ouve, quem os lê. O Armando não se queixou. E é "Linda, linda, esta balada que te dou!"

Sejam Presente, e fiquem bem, à luz da Lua.

3 comentários:

Ana disse...

ok, metendo aqui a piada maldosa do Herman, o prémio do Armando foi ter levado a Valentina, o chamado prémio que se valoriza, pois há 20 anos, ele levou 50 Kgs. de Valentina e hoje tem 100.
É muito má, não é? Desculpa, não resisti!!! :-)
Quanto ao passado e presente... tens toda a razão, o passado é para os livros de história, na nossa história pessoal deve viver-se o presente e olhar-se o futuro.
Quem fica preso ao passado, não tem qualquer hipótese de se dar ao presente e menos ainda ao futuro, claro!
Bjs

Anónimo disse...

Gosto de vos ouvir "falar" ;)
Besos
Mukanda

Anónimo disse...

Faltou-me dizer...
Concordo totalmente!
Quem vive do passado, não evolui, não cresce.
Temos que saber ter a capacidade/inteligência de agarrar no passado, "cozinhá-lo", "saboreá-lo" e usufruir do que se aprendeu, no presente e no futuro.
Besos
Mukanda