segunda-feira, 30 de junho de 2008

Uma noite com Bertold

"Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual. Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar."
(Bertold Brecht)

Curioso como em noite de vitória espanhola, é um alemão que me acompanha nos pensamentos.
Brecht foi um dos muitos alemães que gritou, alertou e depois lutou (como pode, com as suas armas) contra o regime nazi. Foi atento, generoso, empenhado, sofredor, camarada, criativo, combativo. Mas falhou. O regime venceu e o Fuhrer reinou até ao suicídio. Brecht falhou, mas vive até hoje. E o seu bom conselho acompanha-me nesta noite. Noite que, também ela, começou por ser de vitória. Também eu vivo, como a Alemanha e a Europa dos anos 30, tempos de confusão e desordem, no viver, no pensar. Arbitrariedade não tenho é no sentir, no querer. Por isso, como o velho Bertold, lanço gritos apaixonados de alerta. E confio que nada é impossivel de mudar. E sonho que a minha luta não acabará como a dele, apenas como exemplo inspirador para os que vierem a seguir.

Onde estás Amor? Se Deus quizer, bem. À luz da Lua.

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